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(Fonte da Imagem: Pixabay) |
O termo “Revolução” do latim revolutione-, com origem no étimo revolutio, com o significado “dar voltas”, “girar” ou “volver”, aplicado originalmente à rotação dos astros, evolui para o sentido de “mudança” ou “ruptura”, nomeadamente na Revolução Francesa, século XVIII, assumindo, nos tempos modernos, o significado de “alteração disruptiva”, na esfera social, cultural ou política.
O pão, um alimento com raízes milenárias, tem experienciado mudanças e (r)evoluções não só na produção e no consumo, mas, sobretudo, na sua valorização pelo Homem: pão-alimento, pão-partilha, pão-moeda, pão-sagrado… são apenas alguns dos papéis atribuídos ao pão, ao longo da sua narrativa histórica.
O pão é um dos primeiros alimentos processados pelo Homem. Originalmente, produzido com farinha, água e sal, o pão, é considerado um “invento de sucesso” (nas palavras do Doutor Emílio Peres), resultante de um processo de amassadura, fermentação e cozedura, a “várias mãos”. Assumindo-se como um dos alimentos mais populares no mundo e património gastronómico em algumas culturas, reconhecem-se como principais benefícios do pão: o equilíbrio do perfil nutricional do pão quando comparado com os seus (fracos) substitutos (bolachas, bolos, pastéis, cereais embalados …), o acesso e a disponibilidade generalizados às populações, a variedade de ingredientes e a versatilidade de fabrico e consumo, adaptável a todos os gostos e feitios.
Do pão achatado e duro ao pão de casca crocante e miolo areado, dos fornos de lenha aos fornos industriais e ao ressurgimento do fabrico do “pão artesanal”, com ingredientes locais e regionais de qualidade, de alimento básico presente na alimentação diária a “vilão” nas “dietas de emagrecimento” (ou de “desperdício”), a longevidade do pão demonstra a sua capacidade de adaptação à evolução dos tempos, bem como a sua importância social e cultural na História da Humanidade. Da mesma forma, a aplicação de políticas públicas para regular o teor de sal no pão ou a atribuição de selos de excelência para premiar o fabrico de pão com “Menos sal, mesmo sabor” contribuem para salientar a importância social do pão, bem como o impacto na saúde das populações.
Sugestões de leitura
O paradoxo do pão (2023) (Disponível online)
Impact of salt reduction on bread on sensory preference and physicochemical parameters (2021) (Disponível online)
Melhor grão, melhor pão (2018) (Disponível online)
Modernist bread : the art and science of cooking (2017) (Disponível na Biblioteca)
O pão, o comer e o saber comer para melhor viver (2004) (Disponível na Biblioteca)
Seis mil anos de pão (2003). (Disponível na Biblioteca)
Obras Literárias ou Ensaios (sugestões de leitura no âmbito dos 50 anos do 25 de abril)