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Fonte da imagem: Pixabay |
Na era da “food on demand” (à vontade do consumidor), tem-se verificado uma procura crescente por alimentos funcionais, suplementos alimentares e outros produtos para ingestão oral, manipulados e comercializados especificamente para melhorar a aparência da silhueta, pele, cabelo e unhas ou a saúde das articulações.
A dualidade cozinha vs botica está plasmada nos receituários culinários portugueses e as “receitas de saúde e beleza” pululam no nosso imaginário cultural desde sempre. Vejam-se os “caldos e substâncias, tanto de carne como de peixe, de ervas, raízes e legumes, caldos em pastilhas ou de conserva e outros para várias enfermidades” compilados no Cozinheiro Moderno ou a Nove Arte de de Cozinha, de Lucas Rigaud. Mais recentemente, a indústria alimentar tem investido na criação de novos produtos alimentares que prometem promover a “beleza a partir do interior”, como por exemplo bebidas lácteas ou iogurtes adicionados de colagénio hidrolisado.
“Based on the results of this study, HC supplements or collagen peptides can delay and improve the signs of skin aging by decreasing facial wrinkles and improving skin hydration and elasticity, while the supplementation is maintained.” (Miranda et al. Effects of hydrolyzed collagen supplementation on skin aging: a systematic review and meta-analysis. 2021)
A par do reconhecimento crescente do papel antioxidante de alguns alimentos no atraso do processo de envelhecimento, uma “nova” geração de produtos para ingestão oral ganha expressão no mercado da beleza e da estética, na forma de cápsulas, gomas ou pastilhas, formuladas com ingredientes antioxidantes e adaptogenos, que potenciam a produção de colagénio ou elastina.
Proliferam novos termos como: “Nutricosmética”, “nutracêutica”, “cosmecêutica”, na tentativa de representar conceitos de fronteira entre a nutrição, a farmacêutica e a cosmética e de enquadrar novos produtos de “beleza edível”, que carecem ainda de regulação e controlo por parte das entidades competentes. Apesar de o número de estudos sobre “nutricosméticos”, por exemplo, ter vindo a aumentar, a evidência científica é ainda parca na identificação de doses e períodos de tratamento ideais e parece sugerir o uso concomitante de cosméticos tópicos, bem como o acompanhamento de um profissional qualificado para obter um resultado significativo e prevenir possíveis intoxicações ou reações alérgicas.
“Razões endócrinas, agressões ambientais e doenças específicas podem alterar a saúde e aspeto da pele. Felizmente são relativamente pouco frequentes; o vulgar é a pele manifestar carências, abundâncias e outros desvarios da boca. A face é o espelho da nutrição.” (Dr. Emílio Peres).
Na ausência de regulação e evidência significativas, cabe ao consumidor procurar informação validada junto de profissionais qualificados, sendo garantido que a “pílula dourada” não substitui uma alimentação saudável e equilibrada na procura de uma pele mais jovem, cabelo brilhante ou unhas fortes.
- Adeus - disse a raposa. - Vou-te contar o tal segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos…
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O essencial é invisível para os olhos – repetiu o principezinho, para nunca
mais se esquecer.
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Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.
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Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... - repetiu o principezinho, para
nunca mais se esquecer.
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Os homens já se esqueceram desta verdade - disse a raposa. - Mas tu não te
deves esquecer dela. Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que está
preso a ti. Tu és responsável pela tua rosa…
-
Sou responsável pela minha rosa... - repetiu o principezinho, para nunca mais
se esquecer.